CineAlter 2023: Encerramento é marcado por narrativas amazônicas potentes para o Audiovisual

A terceira edição do Festival de Cinema Latino-Americano de Alter do Chão chegou ao seu emocionante encerramento, neste domingo, 5 de novembro, trazendo uma onda de cinema de impacto para a região oeste do Pará e também muitas premiações. Em uma celebração marcada por expressões artísticas e narrativas engajadas socialmente, o evento destacou a importância do cinema como ferramenta de reflexão e transformação. “Terruá Pará”, da belenense Jorane Castro, foi o escolhido pelo júri oficial como melhor longa-metragem.

O coordenador do evento, Raphael Ribeiro, expressou alegria e satisfação pelo dever cumprido, que, segundo ele, em conjunto com uma equipe profissional, entregou à população paraense um festival repleto de significado.

“O CineAlter se firmou como um espaço para histórias significativas, evidenciando o potencial do cinema como meio de expressão sociocultural, deixando uma marca duradoura na comunidade, promovendo a valorização do cinema como agente de mudança”, enfatizou.

Premiação – O júri oficial, reconhecendo a excelência cinematográfica, escolheu “Terruá Pará”, dirigido pela cineasta belenense Jorane Castro, como melhor longa-metragem. Um filme que retrata a música do estado do Pará como sinônimo de leveza e alegria. Enquanto “Em cantos do Gurupi,” de Judite Nascimento e San Marcelo conquistou o título de melhor curta-metragem.

A categoria de Concepção Artística foi brilhantemente conquistada por “Bizarros Peixes das Fossas Abissais” dirigido por Marão e com elenco de voz composto por nomes como Natália Lage e Guilherme Briggs; uma obra que enaltece a inovação visual. Yasmim Prado, pela sua notável atuação em “Menina e o Mar,” recebeu o merecido prêmio de Melhor Atuação.

Os premiados foram agraciados com o troféu Muiraquitã, uma obra de arte criada pelo artista santareno Edu Tapajó, simbolizando a potência da cultura da região e destacando a cerâmica do Tapajós.

O júri popular também teve sua voz reconhecida, concedendo o prêmio de melhor curta para o filme Thue Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando, dirigida por Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami, e Roseane Yariana Yanomami. O destaque do público para o melhor longa foi “Regenerar Caminhos,” dirigido por Maria Clara Gomes, um filme que ressoou entre os espectadores.

Formado pela diretora de cinema e roteirista Ziene Castro, pela atriz e agitadora cultural Odete Costa, pelo historiador e pedagogo Alenilson Ribeiro, ainda por Naieme Reis, cantora, compositora, roteirista e Tarsilla Alves, diretora, produtora roteirista, o júri juntamente com a coordenação do festival decidiram oferecer uma menção honrosa as produções cinematográficas: Arapua, de Joel Caetano, Regenerar Caminhos, de Maria Clara Gomes e A Menina e o Mar, de Gabriel Mellin.

“É sempre um desafio para o Júri oficial, porque o time de curadoria já faz um trabalho cuidadoso e precioso de selecionar excelentes filmes para compor a Mostra competitiva, isso torna o trabalho do júri mais árduo. Todos os filmes selecionados trazem um panorama atual da produção de obras brasileiras de diversos estados, incluindo a Amazônia legal, e abordam obras com relevância nas temáticas destacadas, concepção artística e excelência técnica”, disse a presidente do Júri, Ziene.

Outras abordagens em 2023 – A programação do festival trouxe revolucionárias discussões, em debates sobre mudanças climáticas, o protagonismo feminino nas produções audiovisuais, o futuro do cinema no Oeste do Pará e o afrofuturismo. O evento o oportunizou o diálogo e a interação entre cineastas, artistas, parceiros, apoiadores e o público, em um verdadeiro puxirum, simbolizando a ajuda mútua, tão comum no bem-viver amazônico.

É com grande satisfação que observamos o CineAlter solidificar-se como uma realidade anual, trazendo consigo não apenas entretenimento cinematográfico, mas um notável crescimento no envolvimento da comunidade local e das instituições. Esta celebração do cinema tem se destacado, sobretudo, pelo engajamento e contribuição significativa dos nossos fazedores e fazedores de cultura da Amazônia, com foco especial no Pará e na região oeste do estado”, disse o deputado federal Airton Faleiro, que é um dos idealizadores e fomentador do evento.

Alter do Chão, com sua beleza natural, foi palco para a convergência entre arte e realidade, evidenciando que o cinema pode ser uma ferramenta para sensibilizar, educar e inspirar. O Festival de Cinema Latino-Americano de Alter do Chão, em mais uma edição, amplia seu impacto na democratização do cinema no interior da Amazônia, além de ser um espaço de Difusão das multiartes em Santarém.


Sobre – O Festival aconteceu do dia 3 ao dia 5 de novembro de 2023, movimentou cerca de duas mil pessoas durante a programação e promoveu cinema no interior da Amazônia. Desde a primeira edição, o festival é considerado uma importante tela de expressão cultural e social, possibilitando que as comunidades locais compartilhem suas histórias, tradições e desafios de uma maneira única por meio do audiovisual.

Serviço – O CineAlter é uma realização do Instituto Território das Artes, organização sociocultural do Tapajós, em Termo de Fomento com a Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT/PA), via emenda parlamentar do Deputado Federal Airton Faleiro. O festival conta também com a parceria de 42 instituições públicas e privadas.

Texto: Natashia Santana e colaboração de Ádyla Valente.

Fotos: Paola Acioly